segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Preconceitos...

Sempre que vejo situações de preconceito racial ou social, lembro-me de várias passagens que me mostraram como "pré-conceitos" são enganosos e errados.

1) Eu era supervisora numa escola do interior de Minas, no Triângulo mineiro, e ganhamos da Ação Social de Belo Horizonte, capital do estado, muitos cobertores e agasalhos para que fossem distribuídos na zona rural.
    Foi uma 'festa' entre os colonos da redondeza!
    Num dado momento, vejo um senhor descalço e sujo e fico com tanta pena dele que reforço seu pacote. Ele parecia-me muito necessitado. Alguns minutos depois comento com a assistente social. Ela ri muito e me diz:
    - Pois ele é o fazendeiro mais rico da região!!!

Ilustração de Mazayas - Alex Sierra
2) Nossa turma de professoras, em Belo Horizonte, era muito unida e viajávamos bastante em excursões.
    Uma vez, passando férias em Poços de Caldas, resolvemos passar o fim-de-semana no Rio de Janeiro.
    Embarcamos em um ônibus da empresa Pássaro Marrom - nome mais que adequado, pois o trajeto era em estrada de terra....
    Chegamos no Rio ao entardecer, vermelhas, cobertas de poeira da estrada! Rapidamente tomamos um táxi e fomos ao hotel onde tínhamos reservas, em Copacabana (4 estrelas!).
   Na recepção a funcionária nos olha de cima a baixo e diz:
   - Sim, há uma reserva. Mas acho que este hotel não serve para vocês. A diária é muito alta.
   Foi preciso chamar o gerente!
   Depois das desculpas, fomos para o hotel vizinho, pelo desaforo e vergonha que passamos.


Esta viagem deu 'pano para manga'! Acompanhe nas próximas postagens... :)

4 comentários:

  1. Ah, parentes, encanam!
    Ops, quero dizer,
    Aparências enganam!...
    Mas são as primeiras impressões as que ficam...

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  2. Tive um colega de trabalho que perdeu o emprego por conta disto. Fez pouco caso de um cliente porque estava de camiseta surrada, bermuda e chinelo e este cliente foi até a concessionária vizinha, comprou o carro mais caro da concessionária, a vista, e depois voltou até a nossa concessionária para mostrar o carro ao dono da concessionária, que por um acaso era seu amigo pessoal... Estes pré conceitos dão tanto pano que dá pra fazer o traje completo... rsrss!

    Agora entendi porque seu filho André é tão talentoso... Com a Dona Luzia como mãe é difícil não ter talento!

    Beijo!

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    1. Olá Daniela,

      Bem-vinda ao meu blog! Gostei muito do seu comentário.

      Tenho até uma história de um cônsul africano que não conseguiu lugar na 1ª classe (por preconceito), e, sentado ao meu lado da classe turística falou muito mal do preconceito que brasileiros têm em relação a africanos. Procurei defender-nos, e ele perguntou:
      - O Brasil é uma democracia? Quantos governantes e políticos negros há neste imenso país?
      Naquela época (década 80), nenhum...

      O jeito foi 'botar a viola no saco' e calar... :)

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  3. O comentário da Daniela me lembrou outro "causo" próprio.

    Tinha um posto perto de casa, no bairro de Higienópolis, em que eu abastecia o carro do papai.

    Uma vez eu fui de bermuda, camiseta e chinelo, fui super mal atendido: me deixaram esperando, e o frentista que veio atender não fez nada além da obrigação de encher o tanque de gasolina e cobrar por isto.

    Depois eu voltei lá na semana seguinte, só que estava de terno e gravata (porque ia fazer uma entrevista, normalmente não andava assim - até aquela data rsrs). Nossa! Quanta diferença! Fui atendido pelo mesmo sujeito e mais outro veio ajudar. Limparam o vidro, se ofereceram para calibrar os pneus, perguntaram se eu queria mais alguma coisa, ofereceram lavar o carro! E nem se deram conta que eu era a mesma pessoa de dias atrás, de camiseta, bermuda e chinelos...

    Ou seja, fica a dica (principalmente para os desmazelados e relapsos): até para ir ao posto de combustível, a aparência conta, entre o ser bem tratado ou não!

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