Era norma nas escolas antigamente 'tomar' a tabuada todos os dias. Perdia-se tempo e os alunos logo ficavam entediados.
Mudei a estratégia: estudavam o tipo de tabuada (somar, subtrair, multiplicar, dividir) e os números que seriam 'tomados' (3 e 4 ou 8 e 9, por exemplo).
No início do exercício eu avisava que não poderiam usar borracha nem rasurar. E a resposta teria que ser imediata, escrevendo uma conta ditada por linha - ou fato fundamental, seu nome correto - e a resposta logo ao lado, do lado de fora da margem esquerda. Eram sempre 20 contas/fatos por exercício.
Terminado o 'ditado', eles trocavam os cadernos entre si e usavam o lápis vermelho para corrigir as respostas do colega, marcando '+' para as respostas corretas e '-' para as erradas.
Eu relia fato por fato, perguntando a resposta. No final, eles somavam os acertos e assinavam a correção.
Então verificávamos qual fila tinha mais alunos com mais acertos ("Quem acertou 18? 19? 20?" - e eles levantavam o braço.). Finalmente, batíamos palmas para a fila que tinha mais acertos: eram os vencedores!...
Uma vez um aluno queixou-se:
- A senhora tem que dar mais tempo para usarmos os dedos. A subtração do 9 demora!...
- Ah, mas é a mais fácil! É só usar a cabeça. Querem ver?
16 - 9 = (some o 1 + 6 que encontrará a resposta...)
Logo um aluno mais esperto disse:
- A de subtração do 8 também funciona assim! Só tem que somar +1 no final para dar certo, porque 8 é 1 a menos que o 9!
[15 - 8 = ( 1 + 5 + 1) = 7]
Aí começaram a aparecer várias soluções, como
- A de multiplicação do "5" sempre termina em "0" ou "5"!
- Ah! Então a do "10" sempre termina em "0"!
Com isso havia mais interesse e participação.
Hoje em dia os alunos preferem usar a calculadora. Para quê "perder" tempo fazendo contas?...
Olá Luzia, bom dia!
ResponderExcluirQue saudades me deu, foi assim que aprendi a tabuada com meus ´pais.
Muito mais simples e fácil...adorei a postagem...beijinhos
Se comparar as crianças-alunos de antes, que decoravam tabuadas (e outras matérias) e os adultos que se tornaram, com as crianças-alunos de hoje, que não decoram nada (pois a metodologia mudou), e os jovens e adultos que estão se tornando, a impressão que fica que a metodologia antiga era eficiente: dava fundamento e base para se pensar e raciocinar depois; atualmente ensina-se a pensar, mas não se aprende, nada fica retido... A inundação de informação inútil é imensa e dispersa.
ResponderExcluirMuito esperta sua técnica de motivação!
ResponderExcluirAo mesmo tempo que faziam os exercícios,
repetiam ao corrigir,
refaziam para calcular os resultados da "competição",
e ainda tornava a aula que seria "maçante" em lúdica!
Ponto pros alunos, e ponto pra senhora professora!