segunda-feira, 12 de março de 2012

Tabuada decorada!



Era norma nas escolas antigamente 'tomar' a tabuada todos os dias. Perdia-se tempo e os alunos logo ficavam entediados.

Mudei a estratégia: estudavam o tipo de tabuada (somar, subtrair, multiplicar, dividir) e os números que seriam 'tomados' (3 e 4 ou 8 e 9, por exemplo).

No início do exercício eu avisava que não poderiam usar borracha nem rasurar. E a resposta teria que ser imediata, escrevendo uma conta ditada por linha - ou fato fundamental, seu nome correto - e a resposta logo ao lado, do lado de fora da margem esquerda. Eram sempre 20 contas/fatos por exercício.

Terminado o 'ditado', eles trocavam os cadernos entre si e usavam o lápis vermelho para corrigir as respostas do colega, marcando '+' para as respostas corretas e '-' para as erradas.

Eu relia fato por fato, perguntando a resposta. No final, eles somavam os acertos e assinavam a correção.

Então verificávamos qual fila tinha mais alunos com  mais acertos ("Quem acertou 18? 19? 20?" - e eles levantavam o braço.). Finalmente, batíamos palmas para a fila que tinha mais acertos: eram os vencedores!...

Uma vez um aluno queixou-se:

- A senhora tem que dar mais tempo para usarmos os dedos. A subtração do 9 demora!...

- Ah, mas é a mais fácil! É só usar a cabeça. Querem ver?

16 - 9 = (some o 1 + 6 que encontrará a resposta...) 

Logo um aluno mais esperto disse:

- A de subtração do 8 também funciona assim! Só tem que somar +1 no final para dar certo, porque 8 é 1 a menos que o 9!

[15 - 8 = ( 1 + 5 + 1) = 7]

Aí começaram a aparecer várias soluções, como

- A de multiplicação do "5" sempre termina em "0" ou "5"!

- Ah! Então a do "10" sempre termina em "0"!

Com isso havia mais interesse e participação.

Hoje em dia os alunos preferem usar a calculadora. Para quê "perder" tempo fazendo contas?...

3 comentários:

  1. Olá Luzia, bom dia!
    Que saudades me deu, foi assim que aprendi a tabuada com meus ´pais.
    Muito mais simples e fácil...adorei a postagem...beijinhos

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  2. Se comparar as crianças-alunos de antes, que decoravam tabuadas (e outras matérias) e os adultos que se tornaram, com as crianças-alunos de hoje, que não decoram nada (pois a metodologia mudou), e os jovens e adultos que estão se tornando, a impressão que fica que a metodologia antiga era eficiente: dava fundamento e base para se pensar e raciocinar depois; atualmente ensina-se a pensar, mas não se aprende, nada fica retido... A inundação de informação inútil é imensa e dispersa.

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  3. Muito esperta sua técnica de motivação!
    Ao mesmo tempo que faziam os exercícios,
    repetiam ao corrigir,
    refaziam para calcular os resultados da "competição",
    e ainda tornava a aula que seria "maçante" em lúdica!
    Ponto pros alunos, e ponto pra senhora professora!

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