Outro sábado
fui ao centro da cidade comprar remédios. Depois resolvi ir ao supermercado,
que fica a uns 4 quarteirões da praça central. Mas ele estava fechado para
reforma. Dei meia-volta e fui esperar o ônibus para voltar para casa.
No banco da
praça estavam 2 senhoras também à espera de
ônibus. Nisto, chega mais uma, reclamando da caminhada perdida (ela também ia ao
supermercado) e da demora do ônibus.
Então começa
a ladainha de reclamações: uma delas disse estar com fraqueza na perna e
precisar de bengala; reclamou do sacrifício que é andar de ônibus. A outra
reclamou da demora, dos ônibus sempre cheios e do mau-humor dos motoristas.
Todas reclamaram dos maridos: egoístas, doentes e rabugentos; dos filhos
ingratos e preguiçosos.
Eu perguntei
a idade delas: uma tinha 61 anos, a outra 78 e a de bengala, 81.
- Que bom! -
respondi - Eu sou a mais velha: tenho 84 anos.
- Nossa!
Como a senhora está forte e conservada!
- É, minhas
caras, eu gosto da vida e procuro resolver os problemas à medida em que
aparecem. Agora, me digam: por que a pressa de chegar em casa? É pelo trabalho
que nos aguarda? Ele não vai sair do lugar e nem brigar quando chegarmos... Nos
esperam pacientemente... E ninguém vai fazê-los por nós! Então, que esperem!!!
Deixem-me ter a liberdade de estar na rua, de poder andar, conversar e curtir a
vida. Não tenha pressa... Vocês repararam como o céu está lindo hoje?
Todas
olharam para o céu, acompanhando as nuvens travessas passeando nele, e se
esquecendo das "reclamações".
Logo o
ônibus chegou. Por sorte, estava relativamente vazio.
Elas,
sorrindo, deram-me um "adeusinho"...
(será que
pararam de reclamar?...)
Tem reclamões pra tudo, não é mesmo?
ResponderExcluirEu admiro muito seu positivismo, seu entusiasmo e as forças que arranja para esbanjar esta disposição toda!
Linda, mais que conselheira, é um EXEMPLO, Dona Luzia!
Saber esperar é muito mais do que ter paciência: é uma ARTE!
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