sexta-feira, 25 de maio de 2012

Família: Pai, Mãe e...


Na minha longa jornada tenho encontrado muitas pessoas que me estenderam a mão, ajudando-me na caminhada.
Entre elas, com muito orgulho, guardo na lembrança seus exemplos: meu querido Pai e minha Mãe guerreira. Sem me esquecer do Dr. Lucas, nosso vizinho, que da janela de seu sobrado, vendo-me dar "aulas" para tocos de lenha, no nosso quintal, fez questão de custear meus estudos com uma bolsa pródiga, que muito me ajudou!

Meu pai, "Seu" Arthur
Meu querido Pai, "Seu Arthur", que morreu ainda jovem de pneumonia (naquela época, sem antibióticos, era chamada de "mal dos sete dias": quem sobrevivia os 7 dias, livrava-se dela, os que não aguentavam, morriam), era muito querido, com muitos amigos que choraram conosco sua morte prematura.

Eu, quando tinha 5 anos, muito interessada, acompanhava as "aulas" do meu pai para meus 2 irmãos mais velhos, orientando-os nas tarefas de casa. Com carinho ensinou-me a ler, a pesquisar nos mapas e dicionários - a minha paixão!
E sabem do que ele mais gostava?
Era de deitar na cama do casal com os filhos ao redor, depois do serviço, e contar estórias do passado, dos amigos e parentes - isto formou um vínculo muito forte entre todos nós.
Quando ele faleceu, em 1935, eu tinha de 7 para 8 anos. E, graças a ele, por já saber ler e escrever, pulei o 1º ano e entrei direto na 2ª série.
Papai era o amigo que nos escutava, incentivava e amava com seu grande coração. Ai, quanta saudade...
Infelizmente, quando jovem, eu tinha inveja das minhas amigas que tinham seus pais, eu também queria o meu!
Mas Dª Maria Julieta Ramos, minha mãe (ou Dª Mariquita, para os íntimos), não nos deixou entregue à tristeza!

Minha Mãe: Dª Mariquita (aos 80 anos!)
Com garra, amor, coragem e competência, criou os 6 filhos, ganhando a vida como professora, "crocheteira" e cozinheira para recepções e casamentos. Sempre ativa, atenta, cobrando nossas faltas e elogiando nossas vitórias.

Dª Mariquita, quanta saudade!...
Uma vez em que eu reclamava por não ter pai, ela me disse:
- Agradeça a Deus! Ele sabe o que faz. Já pensou seu pai viúvo, com 6 filhos com idades enfileiradas, trabalhando fora? Logo arranjaria uma "madrasta" para ajudá-lo na educação de vocês! O que você acha melhor: uma "madrasta" para ajudá-lo na educação de vocês ou a "mãe" que os ama e quer o melhor para vocês?
E olhe só: ela conseguiu! Com esforço e uma boa dose de sacrifício, criou a família, todos formados, casados e somos unidos até hoje!
Obrigada Mamãe, eu te amo muito, muito Dª Mariquita!
E os irmãos são amigos especiais, companheiros e sustentáculos nas dificuldades desta longa jornada.
Sou feliz por ter uma família unida e amiga!

Um comentário:

  1. Vovó Mariquita sabia das coisas!
    Uma simpatia que todo mundo respeitava!
    O que ela colocou para explicar a situação é um pensamento de inversão que poucas pessoas fazem, ainda mais com tanta convicção e acertividade!
    Também só guardo boas lembranças dela, a melhor de todas as avós, para todos os netos, na minha opinião!

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