Na minha longa jornada tenho encontrado
muitas pessoas que me estenderam a mão, ajudando-me na caminhada.
Entre elas, com muito orgulho, guardo na lembrança seus exemplos:
meu querido Pai e minha Mãe guerreira. Sem me esquecer do Dr. Lucas, nosso
vizinho, que da janela de seu sobrado, vendo-me dar "aulas" para
tocos de lenha, no nosso quintal, fez questão de custear meus estudos com uma
bolsa pródiga, que muito me ajudou!
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Meu pai, "Seu" Arthur |
Eu, quando tinha 5 anos, muito
interessada, acompanhava as "aulas" do meu pai para meus 2 irmãos
mais velhos, orientando-os nas tarefas de casa. Com carinho ensinou-me a ler, a
pesquisar nos mapas e dicionários - a minha paixão!
E sabem do que ele mais gostava?
Era de deitar na cama do casal com os
filhos ao redor, depois do serviço, e contar estórias do passado, dos amigos e
parentes - isto formou um vínculo muito forte entre todos nós.
Quando ele faleceu, em 1935, eu tinha de 7
para 8 anos. E, graças a ele, por já saber ler e escrever, pulei o 1º ano e
entrei direto na 2ª série.
Papai era o amigo que nos escutava,
incentivava e amava com seu grande coração. Ai, quanta saudade...
Infelizmente, quando jovem, eu tinha
inveja das minhas amigas que tinham seus pais, eu também queria o meu!
Mas Dª Maria Julieta Ramos, minha mãe (ou Dª Mariquita, para os íntimos), não nos deixou entregue à tristeza!
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Minha Mãe: Dª Mariquita (aos 80 anos!) |
Dª Mariquita, quanta saudade!...
Uma vez em que eu reclamava por não ter
pai, ela me disse:
- Agradeça a Deus! Ele sabe o que faz. Já
pensou seu pai viúvo, com 6 filhos com idades enfileiradas, trabalhando fora?
Logo arranjaria uma "madrasta" para ajudá-lo na educação de vocês! O
que você acha melhor: uma "madrasta" para ajudá-lo na educação de
vocês ou a "mãe" que os ama e quer o melhor para vocês?
E olhe só: ela conseguiu! Com esforço e
uma boa dose de sacrifício, criou a família, todos formados, casados e somos
unidos até hoje!
Obrigada Mamãe, eu te amo muito, muito Dª
Mariquita!
E os irmãos são amigos especiais,
companheiros e sustentáculos nas dificuldades desta longa jornada.
Sou feliz por ter uma família unida e
amiga!
Vovó Mariquita sabia das coisas!
ResponderExcluirUma simpatia que todo mundo respeitava!
O que ela colocou para explicar a situação é um pensamento de inversão que poucas pessoas fazem, ainda mais com tanta convicção e acertividade!
Também só guardo boas lembranças dela, a melhor de todas as avós, para todos os netos, na minha opinião!