No início de minha carreira, já procurava inovar aulas com novas técnicas de didática. Comprei na época um livro que dava idéias para vários tipos de redação.
Escolhi logo um que me encantou:
"Escreva uma estória com estas palavras:
Noite escura, raios e trovões, tempestades, vento forte, navio, mar revolto, socorro..."
Quando comecei a corrigir as redações, vi esta "maravilha" que começava assim:
"Era uma noite de tempestade. Tinha ventos fortes, raios e trovões.
De repente ouviu-se gritos de socorro...
Era um navio que gritava do alto da montanha! Coitado!..."
Chego brava na frente do 'engraçadinho', quase esfregando o papel no nariz dele!
- Isto é coisa que se escreva?
Ele, inocente, me pergunta:
- Mas professora.... o que é "navio"?
Caí em mim... Em Minas, pleno interior do Brasil, longe do mar, sem televisão (na época), pouco acesso a cinemas, um navio bem que poderia gritar por socorro...
A partir daí comecei a valorizar toda redação, desde que tivesse princípio, meio e fim. O que importa é a criatividade e o português correto.
Aprendi a verificar e ensinar sobre toda palavra fora do contexto do aluno. O uso de dicionário na sala e até durante provas era incentivado. Com isso, criei bons leitores e bons escritores.
Heheheh, excelente! Parabéns! Já está nos favoritos! Beijão e fiquem com Deus! Jane Gariba
ResponderExcluirCurti muito a imagem, que resume perfeitamente a história! kkkkk
ResponderExcluirLuzia, tudo bem?
ResponderExcluirÉ fato, você alertou para uma coisa que deve ser bem frequente, ainda mais no nosso Brasil "gigante pela própria natureza", onde também existem as regionalizações.
História muito interessante!
Grande abraço!
Olá!!
ResponderExcluirCheguei ao seu blog através de um link no perfil do Andre Martins, no Facebook.
Parabéns pela postagem, adorei a história!!
Tem coisas que só professor compreende, as pessoas acham que é mentira... Mas há uns dois anos eu estava falando sobre derivados do leite e comentei sobre o queijo. Um aluno ficou me observando sem entender nada. Até que ele levantou a mão e perguntou: "Queijo é feito de leite?". E quando eu disse que sim, ele me perguntou se tinha o mesmo gosto que o leite. Ele tinha 9 anos, era muito pobre mesmo e nunca havia comido queijo.
Beijos!!