domingo, 8 de janeiro de 2012

Mãe Coragem...

Medrosa, eu? Nunca!!! :)

   Quando mudamos para Ituiutaba, MG, René (meu marido) trabalhava com meu cunhado na fazenda deste e por vezes ficava por lá toda a semana, só voltando no fim-de-semana. Ficávamos eu, André e Evelyne sozinhos.
   Eu, da capital, estranhava muito as coisas do interior.
   Uma noite, bem tarde, escutei gritos da vizinha:
- Ladrão! Você está me roubando! Chega! Chamem a polícia! Polícia?!?!?!  Socorro!!!!
   Eu, mais que depressa, coloquei as crianças debaixo da minha cama e fiquei junto pedindo silêncio.
   E os gritos e a batedeira continuaram.
   Nisto, ouço pisadas fortes em volta da casa! Aí o medo aperta e nem imaginam o que me aconteceu...



   Passado algum tempo, vendo que o silêncio voltava, tomei coragem: acendi a luz, dei a volta pela casa (por dentro) e, como estava tudo na paz do Senhor, voltamos a dormir.

   No dia seguinte pergunto à vizinha o que tinha acontecido.
- Fiquei aflita! - disse a ela.
  Depois de uma gostosa risada ela finalmente me responde:
- Era jogo de truco! A gente se entusiasma e grita.
 
  Tomei horror ao tal Truco!

  E as pisadas em volta da casa?
  Era o cavalo do vizinho que, vendo o portão aberto, entrou e andou pelo passeio que circundava a casa, procurando capim para comer...

É isso que dá ser medrosa!



6 comentários:

  1. KKKKK
    Isto é que foi aventura imaginária-real!
    A "batedeira" eram TAPÕES na mesa, cadeiras se arrastando! (eu lembro, todo mundo ouvia - só nós que não sabíamos que era TRUCO!!).
    Outro detalhe, o truco era numa das casas da direita, e o cavalo pastava na casa da esquerda.

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  2. Mas não entendo isto como exemplo de "medrosa".
    Apenas uma reação natural ao desconhecido,
    com base em parâmetros de conhecimento.

    Para mim, tenho outra história, da mesma época,
    na mesma casa, que demostrou exatamente o contrário!

    Era noite, chovia e ventava muito.
    Papai estava a trabalho noutra cidade, São Simão, GO.
    Minha irmã dormia profundamente, mas eu acordei ouvindo
    barulhos de alguém mexendo na área de serviço...
    Pensei: Estão roubando nossas bicicletas e outras coisas!
    Corri até o quarto da mamãe e falei baixinho do barulho.
    Ficamos quietos, ela também ouviu.
    Daí, para meu espanto (e admiração),
    em vez de nos enfiar debaixo da cama,
    ela se levantou e foi devagar (e eu atrás),
    com calma (e eu apavorado, achando que íamos morrer),
    e ia acendendo a luz pelos cômodos da casa que passava.
    Mesmo depois da luz da cozinha, que dava pra a área,
    o barulho ainda vinha.
    Pensei: Que ladrão ousado! Vai nos enfrentar!...
    Quando a luz da área de serviço foi acesa,
    não vimos ninguém, e ainda fazia barulho...
    Achei que era ladrão anão, escondido (e armado)...
    E ela foi avançando, devagar e com calma,
    até vermos (para nosso alívio) que era o vento,
    que entrava pelo vitrô aberto, que fazia a corda
    do varal bater na máquina de lavar e outras coisas,
    além de uma goteira que pingava na bacia/balde,
    e coisas do gênero (nem lembro direito)...
    Pensei: Nossa! QUE MÃE CORAJOSA!!!!
    E no fim, eu me senti um idiota,
    com medo da minha própria imaginação e fantasia!
    A realidade era mais simples e menos assustadora
    do que aquela inexistente que eu temia.
    (Claro que não deduzi isto sozinho,
    ela me ajudou a pensar assim,
    conversando comigo a respeito do que se passou).

    Enfim, ela me demonstrou COMO NÂO TER MEDO
    do escuro, da imaginação, do desconhecido!
    Aprendi, que enfrentar situações estranhas e novas,
    pode ser fácil e simples, quando se vai com calma,
    com iluminação, prudência e lucidez.

    Eu te admiro muito, Professora Dona Luzia!!

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  3. Desse mico eu não lembro... ainda bem!!! :)

    kkkkk

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  4. André,

    Que bom que a gente lembra juntos as coisas do passado. Eu me lembro que dizia a você que o vento era seu amigo e que gostava de conversar com você. Lembra-se? Ficávamos escutando o vento e imaginando o que ele dizia... Você gostava e, com isso, perdeu o medo!

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  5. ...nada como ter a mão da mãe
    nestas horas de medo imaginário!

    vento e temporais sempre foram
    meus inimigos, e nestas horas,
    a cama da vovó ou da mamãe
    eram os abrigos confortáveis,
    ainda mais quando acompanhados
    de histórias 'pra boi dormir'.

    rsrs

    Dona Luzia,
    quando é que sairá um livro
    seu com estes momentos?

    lembranças a senhora tem,
    e das boas.

    bj

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  6. Vivan,

    você é muito simpática! Seus comentários animam esta "escritora" a continuar a jornada pelas memórias.
    Eu gosto de encontrar amigos na caminhada da vida. São como afluentes de um rio, que sempre o enriquecem. Amigos nos dão força e nos enriquecem com sua companhia.

    Bem-vinda Amiga!

    Ainda não pensei em escrever um livro, quem sabe?... :)

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